O termo Design Universal, ou Desenho Universal, foi empregado
pela primeira vez nos anos 1970 por Ronald Mace, fundador do The Center
for Universal Design, nos EUA. O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei
13.146/2015) define o Desenho Universal como: “concepção
de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as
pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os
recursos de tecnologia assistiva”.
Tradicionalmente, o Design se orientava pelas
medidas consideradas ideias, ou seja, assumindo um ser humano médio como padrão
para o desenvolvimento de produtos. O que vemos, contudo, é que esse padrão
corresponde a um número cada vez menor de pessoas. O Design Universal se baseia
na compreensão da necessidade de alargar ao máximo esse usuário padrão, de modo
que os produtos possam atender com equidade e eficiência ao maior número
possível de pessoas.
O desenho universal é uma ferramenta muito
importante para a construção de um mundo cada vez mais inclusivo, uma vez que
os produtos, ambientes e serviços devem ser pensados para o uso em diferentes situações, com múltiplas funções e por usuários com habilidades diversas. O Design Universal é norteado
por sete princípios básicos:
USO EQUITATIVO: permitir igual acesso, sempre
que possível, independente da habilidade
do usuário;
FLEXIBILIDADE DE USO: oferecer métodos variados de utilização,
adaptáveis ao ritmo e precisão do usuário;
USO
INTUITIVO: favorecer a compreensão do design, independente da experiência do usuário,
conhecimento prévio, competência linguística ou concentração;
INFORMAÇÃO
PERCEPTÍVEL: utilizar
diferentes meios de apresentação (pictórico, verbal, tátil), permitindo o
acesso às informações por pessoas com limitações sensoriais;
TOLERÂNCIA
AO ERRO: atenuar
os riscos e consequências adversas decorrentes de ações acidentais ou
involuntárias;
BAIXO
ESFORÇO FÍSICO: funcionar de forma confortável, com o mínimo de fadiga, eliminando ações
repetitivas e esforço físico excessivo;
TAMANHO E
ESPAÇO PARA ACESSO E USO: fornecer uma visão clara de elementos importantes e acesso a todos
os elementos, independentemente do usuário estar sentado ou em pé ou dependa de
ferramentas de auxílio pessoal, como cadeira de rodas.
Fonte: http://livingdesign.com.br/2015/08/desenho-universal-um-design-de-conceito-simples-mas-que-e-vital/ |
Os princípios do Design Universal extrapolam as
preocupações com a usabilidade. Designers que se alinham a essa ideia, devem
levar em conta, no seu processo de criação, questões econômicas, de engenharia,
culturais, de gênero e preocupações ambientais, ou seja, assumir um compromisso
social com a melhoria da qualidade de vida de todxs. Como sociedade, nos cabe
cobrar de empresas e profissionais produtos, ambientes e serviços mais acessíveis e democráticos e
valorizar aqueles que já prezam por esses princípios.
Fontes:
BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de
2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto
da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF. 06 jul. 2015.
NC State
University, The Center for Universal Design. THE PRINCIPLES OF UNIVERSAL
DESIGN. 1997 Disponível em: https:
//www.ncsu.edu/ncsu/design/cud/about_ud/udprinciplestext.htm Acessado em 11 de
outubro de 2016.